Gustavo Borges dispensa apresentações!

O nadador foi um dos principais nomes da natação brasileira e mundial, tendo conquistado importantes títulos em sua carreira. Ele é o nadador brasileiro com maior número de medalhas conquistadas em campeonatos internacionais — 35 no total, sendo quatro delas, olímpicas.

Após se aposentar das piscinas, em  2004, lançou sua própria metodologia de ensino de natação.

Atualmente, além de empresário, é palestrante motivacional para empresas.

Para celebrar o Dia do Atleta Profissional, neste 10 de fevereiro, a Borahh conseguiu uma entrevista exclusiva com esse super exemplo do esporte, que compartilhou com a gente os aprendizados vividos dentro e fora da água.

Leia na íntegra:

Para nós, ser atleta profissional é investir a vida para o esporte, investir em horas e horas de treino, alimentação restritiva, fisioterapia, descanso. Sem falar em ter que lidar com a pressão psicológica, treinador exigente, superar as próprias frustrações, abrir mão de sair com os amigos/família, treinar de final de semana e até quando não tem vontade – faça chuva ou faça sol – passar por cima das dores no corpo, lesões. 

Essa é nossa visão de fora do jogo. Mas, para você, o que é ser atleta profissional? 

Gustavo: Ser atleta profissional é se comprometer. Com você mesmo, com os seus objetivos, com os seus sonhos, com as pessoas que estão ao seu redor na caminhada com você. Claro que, quando você decide seguir esse caminho, sabe que haverá obstáculos. Mas se você estiver focado naquilo que quer, e se organizar, vai encontrar maneiras de superá-los. Eu decidi muito cedo, quando ainda era criança, que queria ganhar uma medalha olímpica. Mas não sabia o que tinha de fazer para isso. À medida que as etapas foram aparecendo na minha vida, eu fui aprendendo a superá-las. Então, é foco, comprometimento, dedicação e trabalho duro no dia a dia.

Como conciliar a vida profissional e pessoal – e até com outros investimentos na carreira?

Gustavo: Mais uma vez, com organização. Planejamento. Pode parecer bobeira, mas se colocar tudo o que tem de fazer na agenda, sobra tempo para o que quer que seja. Dá para dormir bem, treinar, dedicar tempo à família. Quando alguém chega para mim e diz que não faz alguma coisa porque não tem tempo, em menos de dois minutos eu derrubo esse argumento. Se organizar tudo com calma, as 24 horas que o dia tem são suficientes para tudo.

Como você percebe a evolução dos atletas atualmente? (No sentido de: com a oferta de, por exemplo, tecnologias para treinos, é possível alcançar patamares profissionais mais rapidamente? Como isso impacta o esporte?)

Gustavo: Sem dúvida, hoje as coisas podem ser muito mais bem direcionadas aos atletas do que na minha época. Eu, por exemplo, nadava quilômetros e quilômetros todos os dias. Será que eu precisava disso? Eu era velocista, nadava os 100m livre, às vezes os 50m, e uma prova de meio fundo, que eram os 200m livre. Hoje, os nadadores que estão nessas provas fazem treinos muito mais específicos para elas. Com menos metragem, mais qualidade e foco. E isso porque as ferramentas e a tecnologia avançaram demais e mostram para eles o que é, de fato, eficiente. Mas, claro, tem de ter inteligência para usar esses dados e estar acompanhado de uma equipe de alta performance. Se tiver tudo isso, a tendência é de aparecerem melhores resultados, sem dúvida.

Quais as principais lições que o esporte profissional deixou?

Gustavo: Aprender a ter disciplina, foco, dedicação e respeito. São valores que sempre estiveram comigo, mas que eu desenvolvi ainda mais com a rotina de alto rendimento e alta performance.

Como está o investimento brasileiro em atletas profissionais? É possível sobreviver do esporte no Brasil?

Gustavo: Não estou mais diretamente ligado ao dia a dia, então, não posso responder com exatidão. Mas, sem dúvida, melhorou muito nos últimos anos. Hoje, dá para conciliar melhor tudo para ficar e treinar no Brasil. Meu filho, Luiz Gustavo, por exemplo, abriu mão de ficar nos Estados Unidos por ter conseguido uma condição bacana no Minas Tênis Clube, onde tem uma equipe focada e dedicada que vai ajudá-lo com os objetivos dele.

Qual conselho você daria para os pais para estimularem seus filhos a praticarem esportes e para quem sonha em se tornar um grande atleta?

Gustavo: Estejam do lado dos seus filhos e apoiem as decisões deles. Se eles querem ser atletas desde pequenos, eles vão depender de você durante um bom tempo, até que tenham autonomia para caminhar sozinhos. Então, entendam a realidade da modalidade que eles escolheram e estejam presentes, sem cobrar excessivamente e apoiando o tempo todo, principalmente quando ainda são crianças.

Como foi a transição de vida/mentalidade de atleta para empresário e palestrante? Como alcançar a mesma excelência no empreendedorismo?

Gustavo: Eu me preparei muito bem para essa transição. Quando percebi que tinha mais poucos anos como atleta profissional, já comecei a estudar e entender o mercado no qual iria atuar. Aos poucos, fui reorganizando o meu tempo e dividindo em blocos, para poder dedicar um pouco para cada coisa. Mas, como disse, estudei bastante, me dediquei a entender onde iria pisar. Como empreendedor, coloquei em prática os mesmos fundamentos que reuni na época de atleta. A evolução foi gradual e, hoje, estou satisfeito com o caminho que trilhei, sempre pensando em crescer mais e mais.

Se fosse possível voltar no tempo de quando treinava profissionalmente, o que você faria diferente?

Gustavo: Nada. Honestamente, tenho a convicção de que fiz tudo o que poderia ter feito. Sem arrependimentos. Deu tudo certo.

Se você pudesse deixar um recado que ficasse gravado para sempre, o que você diria?  

Gustavo: Pode parecer clichê, mas acredite nos seus sonhos. Quando eu era criança, falava que iria disputar uma Olimpíada e ganhar uma medalha, mas tinha gente que ria. Eu nem ligava. Os meus pais, que eram a coisa mais importante, estavam do meu lado, e era o que eu precisava. Então, sonhe lá na frente, mas entre em ação hoje. Faça o que tem de fazer para atingir os seus objetivos, com foco e planejamento. Vai dar certo.

Por fim: a Borahh é uma marca que busca inspirar vencedores diários, seja no esporte ou nos desafios rotineiros. 

Então, na sua visão, o que é ser um DAILY WINNER?

Gustavo: É viver e trabalhar diariamente em alta performance, com dedicação, foco e respeito, dividindo o tempo entre tudo aquilo que é importante. É dormir bem, se alimentar bem, fazer atividade física todo dia, beber água e enxergar os resultados e benefícios disso tudo na vida pessoal e profissional. 

Nem conseguimos descrever a nossa alegria e gratidão por essa conversa incrível!

Mais uma vez, muito obrigada, Gustavo e equipe pela atenção! Estamos nas nuvens!

Borahh Fazer Acontecer!